terça-feira, 30 de novembro de 2010

Abismo Sem Fim

1ª Cena
- Senhores, como devem saber, o passo que estamos prestes a dar é o início de um caminho sem retorno. Todos temos razões para estarmos aqui. Peço que as revejam antes de iniciarmos. Agora é a última oportunidade que têm para desistirem.

2ª Cena
- Bom dia a todos. Se me puderem dar cinco minutos de atenção.
[Burburinho infindável, interrompido por um disparo estridente de uma arma de fogo, que mergulha a sala num silêncio profundo]
- Agora que tenho a vossa atenção... Se tentarem sair, serão mortos.Se tentarem comunicar com o exterior, serão mortos. Se tentarem de alguma forma nos atrapalhar, garanto-vos, que não hesitaremos.

3ª Cena
- Um assalto num tribunal? Mas o que é que eles querem roubar?

2ª Cena
- Não vos queremos tirar o dinheiro, não queremos nada de vocês. Nada. Apenas que cumpram o vosso papel de testemunhas.

3ª Cena
- Um julgamento?! E a polícia no edifício?
- Ainda não percebemos se foi subjugada ou se participa também no golpe.

4ª Cena
- Imploro-te... por favor, não o faças... por mim.
- Estou a fazê-lo por ti também.

5ª Cena
- Eles vão matar-te. Vão matar-vos a todos, não conseguem perceber isso?!
- Nós já estamos mortos há três anos. Nada mais interessa.
- Eu não acredito nisto! Não é mais fácil matarem-se já?!
- Não antes de fazermos justiça.

1ª Cena
- Há três anos atrás, a justiça foi-nos roubada, depois da nossa vida nos ter sido roubada. Não tenham ilusão, ela está irremediavelmente perdida. O que vos trago não é conforto, o que vos trago é castigo mas esse castigo não vai devolver o espaço que ficou vazio nos vossos corações. Ele vai custar-vos a vossa alma.

2ª Cena
- Serão testemunhas e juízes, já que aqueles que estão ali, estão amarrados em leis burocráticas que não representam o seu povo. Hoje poderá dizer-se que será o povo a julgar os crimes aqui descritos.

5ª Cena
- Isso não é justiça, é assassinato!

3ª Cena
- Poderemos entrar por aqui, por aqui.
- E as baixas?
- Não temos contacto com o interior, por isso não temos como saber o que vamos encontrar lá dentro?
- Telhado?
- Os acessos, numa primeira análise, estão cobertos.
- Então, as nossas opções são... ou não fazemos nada... o que é inaceitável, ou entramos e arriscamos vidas de pessoas inocentes.
- Precisamos de mais tempo para ver falhas no edifício.
- Não temos mais tempo!

4ª Cena
- Gostava de ter-te de volta. Aquele homem bom e gentil com quem casei.
- Esse homem foi atirado para um abismo sem fim...

2ª Cena
- Que entre o réu!

4ª Cena
-... e não vai voltar.

domingo, 17 de outubro de 2010

Trailer Sexta Série - Projecto Prometeu


1ª Cena
- Se encontrarmos este rapaz, talvez os efeitos de Legião desapareçam por completo. Talvez ele deixe mesmo de existir. – diz Ryan para Alice, Daniel, Ricardo, Jones, Tiago e João.

2ª Cena
- O mundo está a caminhar depressa para o seu fim, e todos vós tereis que vos arrepender e apenas depois poderão ser abençoados e curados pelo mais abençoado filho do Senhor. A Sua graça vive através deste rapaz, ele é o seu instrumento de cura e amor. – grita energeticamente o orador tendo como resposta um salão inteiro a vibrar de louvores histéricos. Nenhuma das pessoas está sentada e todas têm as mãos no ar, tentando tocar o infinito que querem que dê significado à sua existência - Ele que se afirma como um falso salvador, que cura pode ele oferecer? Que cura ofereceu ele aos necessitados? O que é que ele ofereceu ao mundo sem ser destruição?

[As palavras do orador são ilustradas por imagens de Ricardo a perseguir um carro, cujos ocupantes disparam contra ele, em sentido contrário. Até que desaparece para aparecer em frente ao carro que embate no seu corpo como se estivesse a embater numa parede de cimento]

3ª Cena
Ricardo, Jones, Alice, João, Daniel, Tiago e Ryan estão todos reunidos na casa de Ruben. Alice larga uma pasta em cima da mesa no centro do grupo e diz:
- Os mais poderosos e/ou os mais perigosos pacientes que escaparam. São os que temos que encontram.

[Imagens num supermercado, de garrafas de água a flutuar no ar, carregadas por David, no seu estado invisível, levando tudo à frente e as pessoas a gritar; chamas intensas ameaçam um grupo de bombeiros; no escuro intensos raios azuis revelam a forma de um homem corpulento]

4ª Cena
Ryan e Jones estão a conversar rodeados de obras no Lar
- Acredito que a fuga do asilo não tenha sido obra de Legião, nem tão pouco descuido ou excesso de confiança. Ele sabia muito bem os riscos que corria. – diz Ryan.
- Quem seria responsável? – pergunta Jones – Alguém de dentro?

[Flashback mostrando alguém a libertar Legião do asilo onde Alice trabalhava]

5ª Cena
Alice está a falar com Ricardo, quando Tiago o interrompe:
- O pequeno João só irá apresentar melhorias quando o deixarem de tratar como se ele fosse uma criança normal.

3ª Cena
- Ele irá curar-vos a todos, dois por dia. Só têm que se inscrever e dar um montante simbólico e ele irá curar-vos a todos.
[O orador volta-se de braços estendidos para trás de si apontando para um adolescente que avança timidamente, não conseguindo encarar as pessoas de frente]

5ª Cena
Tiago conclui:
- O problema dele, se é que ele tem algum problema, é o mesmo que o teu. – dirige-se a Ricardo – A diferença é que ele está num estado mais avançado que tu.

1ª Cena
- Nós viemos à procura do vosso amigo, se nos puderem indicar onde ele está… é um assunto muito importante.
- O nosso amigo? O nosso amigo está morto!